Igreja Católica Ortodoxa Hispânica
Santo Alberto Magno, OP +
Alberto terá nascido em 1196 em Lauingen, no Ducado da Baviera, Suábia, Alemanha, pois ele chamava a si próprio "Alberto de Lauingen".
Alberto estudou principalmente na Universidade de Pádua, onde conheceu as obras de Aristóteles. Um dia ouviu pregar ao Frei Jordão de Saxónia, Mestre Geral da Ordem dos Pregadores, e uma luz brilhante o transformou. Assim que o Mestre Geral baixou do púlpito, Alberto pediu o hábito dominico. Teria então trinta anos. Este sucesso faz parte da sua vida em dois. Começa agora uma nova etapa que se resume em três tarefas, que moldam a sua vida: rezar, estudar e ensinar.
Um relato posterior de Rudolph de Novamagia conta que Alberto teria tido uma visão da Virgem Maria, que o convenceu aceitar o hábito dominicano. Em 1223 (ou 1229), entrou para a Ordem dos Pregadores contra a vontade da sua família e estudou teologia na Universidade de Bolonha. Seleccionado para preencher uma cadeira de professor em Colónia, onde havia um convento dominicano, ensinou durante muitos anos na região, principalmente Regensburgo, Friburgo, Estrasburgo e Hildesheim. Durante o seu primeiro mandato em Colónia, escreveu sua Summa de Bono depois de discutir com Filipe, o Chanceler, sobre as propriedades transcendentais do ser.
Ele foi o primeiro a comentar sobre praticamente todas as obras de Aristóteles, tornando-as acessíveis para o debate académico mais amplo. O estudo de Aristóteles levou-o a conhecer e comentar também sobre os ensinamentos do Islão, principalmente Avicena e Averróis, o que o colocou no centro do debate académico.
Em 1245, tornou-se mestre em teologia pelas mãos de Guerico de Saint-Quentin, sendo o primeiro dominicano alemão a conquistar o grau. Depois disso, conseguiu leccionar teologia na Universidade de Paris como titular da cadeira de teologia no Colégio de São Tiago. Neste período, Tomás de Aquino tornou-se um de seus estudantes e manteve-se sempre firme às suas doutrinas e às influências que recebeu de outros antigos filósofos. Mesmo sendo um frade, Alberto compreendia muitos aspectos do mundo natural, como a metafísica, a física e a matemática.
Em 1254, Alberto tornou-se Prior Provincial de sua Ordem, um trabalho difícil que ele realizou com grande cuidado e eficiência. Durante seu mandato, defendeu publicamente os dominicanos contra os ataques do corpo docente secular e regular da Universidade de Paris, escreveu um comentário sobre São João Evangelista e respondeu ao que ele percebia como "erros" do filósofo islâmico Averróis. Cinco anos depois, Alberto participou de um capítulo geral da Ordem dos Pregadores em Valenciennes juntamente com Aquino, os mestres Bonushomo Britto, Florentius (provavelmente Florêncio de Hidinio, chamado também de "Florêncio Gaulês") e Pedro que criou um ratio studiorum (um programa de estudos) para a ordem, que trazia a filosofia como uma inovação para os que não foram suficientemente treinados na teologia. A partir daí iniciou-se a tradição da filosofia escolástica dominicana na prática, como, por exemplo, a criação do studium provinciale no Convento de Santa Sabina em Roma em 1265, o embrião da futura Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino (Angelicum).
Em 1260, o Bispo de Roma S.S. Alexandre IV nomeou-o Bispo de Ratisbona, um cargo que ele manteve por apenas três anos. Neste período, melhorou a sua reputação de humildade ao recusar andar montado a cavalo como ditava a legislação dominicana e, ao invés disso, andava sempre a pé por sua Diocese. Este hábito valeu-lhe o apelido carinhoso de "botas, o bispo" de seus paroquianos. Depois de renunciar ao cargo, passou o resto de sua vida em uma aposentadoria parcial morando em diversas casas monásticas de sua Ordem e pregando por todo o sul da moderna Alemanha. Em 1270, pregou a Oitava Cruzada na Áustria. Depois disso, ficou famoso pelo seu papel de mediador entre os diversos partidos que lutavam na região. Em Colónia, Alberto é conhecido não apenas como o fundador da universidade mais antiga da Alemanha, mas também pelo "Grande Veredito" ("Der Große Schied") de 1258, que encerrou o conflito entre a população da cidade e o seu arcebispo.
Entre as últimas obras de Alberto, a luta para defender a ortodoxia de seu antigo pupilo Tomás de Aquino, cuja morte em 1274 aborreceu-o sobremaneira, apesar de o relato de que ele teria ido pessoalmente a Paris para defender as suas doutrinas não poder ser confirmado.
Depois de uma súbita deterioração de sua saúde em 1278, Alberto Magno faleceu em 15 de Novembro de 1280 no Convento dominicano em Colónia.
Em 1622, o Bispo de Roma S.S. Gregório XV declarou-o beato. Em 16 de Dezembro de 1931, foi canonizado e proclamado Doutor da Igreja pelo Bispo de Roma S.S. Pio XI. Dez anos depois, foi proclamado santo padroeiro dos cientistas. Segundo Joan Carroll Cruz, Alberto foi agraciado com um corpo incorrupto.
Em 1954, no aniversário de sua morte, as suas relíquias foram trasladadas para um sarcófago na cripta da Igreja Dominicana de Santo André.
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