Igreja Católica Ortodoxa Hispânica

217º - S.S. Leão X +
(1513 a 1521 d.C.)

Nasceu em Florença, em 11de Dezembro 1475, e chamava-se João de Lourenço de Médici. Ele era o segundo filho de Clarice Orsini e Lourenço de Médici, o governante mais famoso da República Florentina. Seu primo, Giulio di Giuliano de Medici, viria a suceder-lhe como S.S. Clemente VII (1523-1534).
Desde sua jovem idade, Giovanni e sua família demonstraram interesse por uma carreira eclesiástica. Seu pai pressionou S.S. Inocêncio VIII, que foi obrigado a nomeá-lo Cardeal-Diácono de Santa Maria em Domnica em Março de 1489, quando tinha apenas quatorze anos, embora ele não tenha sido autorizado a usar as insígnias e demais deliberações do colégio dos cardeais até três anos depois. Giovanni recebeu uma cuidadosa educação na corte de Lorenzo, foi colega de humanistas como Angelo Poliziano, Giovanni Pico della Mirandola, Marsílio Ficino e Bernardo Dovizio Bibbiena. De 1489 a 1491, estudou teologia e direito canónico em Pisa sob instrução de Filippo Decio.
Em 23 de Março de 1492, com apenas 16 anos, foi formalmente admitido no Colégio dos Cardeais e assumiu a sua residência em Roma. A morte de Lorenzo no ano seguinte em 08 de Abril, fez Giovanni mudar-se para Florença. Ele participou do Conclave de 1492 que se seguiu à morte de S.S. Inocêncio VIII, e se opôs terminantemente à eleição do Cardeal Rodrigo Borgia, que foi eleito como S.S. Alexandre VI. Posteriormente morou com seu irmão mais velho, Piero di Lorenzo de Médici em Florença, durante a agitação provocada por Girolamo Savonarola e a invasão do Rei Carlos VIII de França, permanecendo lá até à revolta dos florentinos e a expulsão dos Médici, em Novembro de 1494. Enquanto Piero encontrou refúgio em Veneza e em Urbino, Giovanni viajou para Alemanha, Holanda e França.
Em Maio de 1500, retornou a Roma, onde foi recebido com cordialidade por S.S. Alexandre VI, e onde viveu por vários anos estudando arte e literatura. Em 1503, apoiou S.S. Júlio II como Bispo de Roma, e no mesmo ano, após a morte de Piero de Médici, Giovanni tornou-se chefe de sua família. Em 01 de Outubro de 1511, foi nomeado Legado Papal de Bolonha e da Romanha, e quando a República Florentina se declarou a favor dos pisanos cismáticos, S.S. Júlio II mandou-o contra sua cidade natal como líder do exército do Bispo de Roma. Esta e outras tentativas para recuperar o controle político de Florença foram frustradas, até que uma revolução pacífica permitiu o retorno dos Médici. O irmão mais novo de Giovanni, Giuliano foi colocado na liderança da república, mas Giovanni tinha grande influência no governo.
Eleito Bispo de Roma em 09 de Março de 1513, foi o primeiro a ser eleito na Capela Sistina com apenas 37 anos, no que foi proclamado dois dias depois. Recebeu a Sagrada Ordenação Presbiteral em 15 de Março de 1513, e em 17 de Março de 1513, recebeu a Sagrada Ordenação Episcopal das mãos de Sua Emª Rev.ma Mgr. Raffaele Riario, Cardeal Bispo de Ostia e Velletri, e decano do Colégio dos Cardeais. Foi coroado como Bispo de Roma em 19 de Março de 1513 por Sua Emª Rev.ma Mgr. Alessandro Farnese, Cardeal e Protodiácono de S. Eustachio.
Em resposta a divergências teológicas e preocupações sobre má conduta de alguns funcionários da igreja, em 1517 Martinho Lutero postou suas 95 teses na porta da Igreja em Wittenberg. S.S. Leão X não compreendeu totalmente a importância do movimento, e em Fevereiro de 1518 dirigiu-se ao vigário-geral dos agostinianos para controlar os seus monges.
Em 30 de Maio de 1518, Lutero enviou uma explicação de suas teses ao Bispo de Roma, e em 07 de Agosto do mesmo ano, foi intimado a comparecer em Roma. Um acordo foi efectuado, no entanto, segundo o qual a petição foi cancelada, tendo Lutero regressado para Augsburgo em Outubro de 1518 para explicar-se ao Legado Papal, Sua Emª Rev.ma Mgr. Caetano, Cardeal, mas nem os argumentos do cardeal, nem a bula papal de 09 de Novembro fizeram Lutero retrair-se. Um ano de negociações infrutíferas se seguiram, durante os quais a controvérsia espalhou-se por todos os estados alemães do Sacro Império Romano-Germânico. A bula papal adicional Exsurge Domine de 15 de Junho de 1520 condenou quarenta e uma proposições extraídas dos ensinos de Lutero, e foi levada para a Alemanha por Eck, na sua qualidade de Núncio Apostólico. S.S. Leão excomungou formalmente a Lutero pela bula de 03 de Janeiro de 1521.
Deu continuidade à construção da Basílica de São Pedro, pelo que, para arrecadar fundos, oferecia indulgências em troca de doacções que serviriam para pagar os trabalhadores na construção da Basílica. Enviou Monges pela Europa para pregar as indulgências.
Faleceu em 01 de Dezembro de 1521.

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