Igreja Católica Ortodoxa Hispânica
Reverendíssima Madre
Santa Teresa Rosa Fernanda de Saldanha Oliveira e Sousa +
Santa Teresa, nascida em 04 de Setembro de 1837, em Lisboa,
no Palácio de Anunciada, na Rua das Portas de Santo Antão, era filha de D. João de Saldanha Oliveira Juzarte Figueira e Sousa, e de D. Isabel Maria dos Prazeres de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos, 03º Condes
de Rio Maior. Era a segunda filha dos quatro filhos do casal, sendo irmã de D. António José de Saldanha Oliveira e Sousa, 01º Marquês de Rio Maior, José Luis de Saldanha Oliveira e Sousa e de Maria Teresa de Saldanha de Oliveira e Sousa.
Recebeu o Santo Sacramento Baptismo no dia seguinte ao seu nascimento, na
Capela do Palácio da Anunciada, sendo seus padrinhos, o seu avô materno,
D. José Luís de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos,
e a sua avó paterna, D. Leonor Ernestina de Carvalho
Daun Lorena.
Proveniente de uma família da alta nobreza, durante a sua infância, teve aulas em casa, sendo leccionadas por vários tutores particulares em matérias distintas como História, Literatura e várias línguas, como o inglês, francês, alemão e italiano, e foi iniciada na prática da misericórdia, através da Associação de Nossa Senhora Consoladora dos Aflitos, que a sua mãe fundou em 1848, com o intuito de prestar socorro às famílias mais carenciadas.
Em 1848, fez a Primeira Comunhão no altar de Nossa Senhora da Conceição, na Igreja dos Inglesinhos, em Lisboa.
Em 1856, após completar a maioridade e fazer o voto de castidade, tomou a decisão de se dedicar inteiramente a Deus e ao serviço dos pobres. Três anos depois, em 1859, fundou, em Lisboa, a Associação Protectora das Meninas Pobres, dedicando-se à educação de crianças pobres e à alfabetização e promoção de jovens operárias, através de aulas externas, provenientes sobretudo de Alfama, um dos bairros mais pobres e populosos de Lisboa.
Em 1863, deu a conhecer a sua intenção de entrar numa ordem religiosa de freiras dominicanas, para futuramente regressar a Portugal e fundar uma congregação religiosa, apesar do ambiente anti-congregacionista em que se vivia.
Em 1866, delineou o seu plano para fazer o noviciado na Irlanda num convento de Dominicanas Contemplativas, contudo foi impedida pelo pai, que se opunha à escolha de vida religiosa de sua filha. Somente dois anos depois, em 1868, juntamente com duas amigas, a jovem aristocrata conseguiu partir para Inglaterra, onde iniciou o noviciado a 18 de Abril com o nome de Irmã Teresa Catarina Rosa Maria do Santíssimo Sacramento, regressando a Portugal em 1868, para dar início ao seu plano de criação duma congregação de Irmãs Dominicanas, seguidora de Santa Catarina de Sena.
Em 13 de Novembro de 1868, funda a Congregação Portuguesa
das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena. Em 1877, com o seu próprio património comprou a Quinta e o Palácio de São Domingos de Benfica, em Lisboa, criando as bases para a fundação da Casa Mãe da Congregação. Pouco depois, tomou o hábito de religiosa e, em 1887, já como Madre Teresa de Saldanha, fundou oficialmente a Congregação das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena, restaurando a vida religiosa em Portugal. Durante esse mesmo período, promoveu a abertura de dispensários, asilos e colégios, para protecção dos menos favorecidos.
Com a Implantação da República Portuguesa, em 1910, os bens da congregação foram confiscados e as Irmãs Dominicanas foram obrigadas a dispersarem-se.
Em 1915
Completamente despojada dos seus bens, Madre Teresa de Saldanha viu-se então forçada a alugar uma pequena casa na Rua Gomes Freire, 147, em Lisboa. Nessa humilde casa veio a falecer santamente em 08 de Janeiro
de 1916, com 79 anos de idade. Durante a sua cerimónia exequial, gerou-se uma grande e espontânea manifestação popular de apreço pela sua vida e obra, sendo documentados e relatados pela imprensa da época alguns episódios onde várias pessoas tentaram tocar no seu hábito durante o seu velório, sendo considerando por muitos como uma santa.
Foi canonizada e elevada às honras dos
Altares, pelo Decreto Primacial A032/GP, de 15 de Junho de 2005.
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