Igreja Católica Ortodoxa Hispânica

194º - São Bento XI +
(Nicola Boccasini / Niccolò de Treviso)
(1303 a 1304 d.C.)

Nasceu em Treviso, Itália, no ano de 1240, sendo filho de Boccasio, um notário municipal, cujo irmão era padre; e Bernarda, que trabalhava como lavadeira dos frades dominicanos de Treviso. Niccolò tinha uma irmã, Adelette. A família vivia fora dos muros de Treviso, em um subúrbio chamado S. Bartolommeo. Em 1246, um frade dominicano deixou uma quantia em dinheiro em seu testamento para Bernarda e seus filhos, recentemente órfãos. Uma condição era que, se Niccolò entrasse na Ordem Dominicana, ele receberia metade de todo o legado. A partir dos seis anos de idade, parece que Niccolò estava destinado à vida religiosa. Seu primeiro professor foi o tio, o padre de S. Andrea.
Ele ingressou na Ordem dos Irmãos Pregadores em 1254, aos 14 anos, adoptando o hábito de um noviço em Treviso, sua terra natal. Posteriormente foi levado a Veneza por seu prior e apresentado ao provincial, que o designou ao Convento da SS. Giovanni e Paolo em Veneza. Nos sete anos seguintes, Niccolò continuou a sua educação básica em Veneza. No final deste período, ele serviu como tutor dos filhos de Romeo Quirini de Veneza, cujo irmão era um Cónego da Catedral de Treviso. Em 1262, Niccolò foi transferido para Milão, para o novo estúdio de S. Eustorgio. Ele passou os próximos seis anos em S. Eustorgio. No final de seu mandato em S. Eustorgio, ele deve ter se tornado um membro professo da Ordem dos Irmãos Pregadores; a data real, no entanto, é desconhecida. Como religioso, ele foi professor no estúdio em Veneza, ou seja, ele estava encarregado da educação primária dos irmãos do seu convento. Ele foi professor durante 14 anos, de 1268 a 1282, segundo Bernardus Guidonis.
Em 1276, é atestado como prior no convento dominicano em Treviso, sua terra natal, cargo que ele ainda ocupava em 1280. Em Fevereiro de 1282, ele é encontrado em Génova, novamente como prior. Ele não era professor, pois nunca havia se formado na universidade, sendo um dos últimos Bispos de Roma que não era formado na universidade.
Em 1286, na reunião do Capítulo Provincial, realizada naquele ano em Brescia, o Frei Niccolò foi eleito Prior Provincial da Lombardia. Na Lombardia, na época, havia cinquenta e um conventos. Ele também tinha responsabilidade como inquisidor, uma tarefa para a qual os Bispos de Roma consideravam franciscanos e dominicanos especialmente adequados, para além de ter a responsabilidade de convocar os capítulos provinciais. Em 1287, o capítulo estava em Veneza; em 1288, foi em Rimini; em 1289, no Capítulo Geral, realizado em Trier, o Frei Niccolò deixou o cargo de Provincial da Lombardia, tendo completado seu mandato de três anos. 
No Capitulo Geral da Ordem dos Irmãos Pregadores, realizado em Estrasburgo em 1296, o Frei Niccolò de Treviso foi eleito Mestre-geral da Ordem, e emitiu ordens que proibiam o questionamento público da legitimidade de S.S. Bonifácio VIII, eleição do Bispo de Roma que ocorreu na véspera de Natal de 1295, por parte de qualquer dominicano.
Foi elevado ao cardinalado em 04 de Dezembro de 1298 por S.S. Bonifácio VIII e recebeu o título de Cardeal-Presbítero de Santa Sabina, tendo entrado na Cúria Romana em 25 de Março de 1299 e, assim, começou a receber a sua parte dos lucros da Câmara do Colégio dos Cardeais.
Foi elevado a Cardeal-Bispo de Óstia em 02 de Março de 1300 e também recebeu a Sagrada Ordenação Episcopal. Em 13 de Maio de 1301, foi nomeado Legado Apostólico na Hungria, tendo feito a sua partida oficial em 22 de Junho de 1301 e retornado em 10 de Maio de 1303. Ele também serviu como Legado Apostólico para a França.
Quando S.S. Bonifácio VIII foi apreendido em Anagni em Setembro de 1303, ele era um dos únicos dois cardeais a defender o Bispo de Roma no próprio palácio episcopal. O outro foi Mgr. Pedro Rodriguez, Bispo de Sabina. Eles foram presos por três dias. Na segunda-feira, 10 de Setembro, eles foram libertados por forças lideradas pelo Cardeal Mgr. Luca Fieschi, e em 14 de Setembro o Bispo de Roma e seu séquito retornaram a Roma, com uma escolta organizada pelo Cardeal Mgr. Matteo Rosso Orsini.
O conclave para eleger o sucessor de S.S. Bonifácio VIII foi realizado na Arquibasílica de São João de Latrão e o Colégio de Cardeais desejou um candidato adequado que não fosse hostil ao Rei Filipe IV de França. Após uma votação num conclave que durou um dia, Boccasini foi eleito Bispo de Roma em 22 de Outubro de 1303. Assim, foi entronizado como Bispo de Roma em 27 de Outubro de 1303.
Ele foi rápido em libertar o Rei Filipe IV da excomunhão que S.S. Bonifácio VIII lhe impusera. No entanto, em 07 de Junho de 1304, excomungou o implacável ministro de Filipe IV, Guilherme de Nogaret, e todos os italianos que haviam participado da apreensão de seu antecessor em Anagni. Também organizou um armistício entre os reis Filipe IV da França e Eduardo I de Inglaterra.
Era um homem de paz, porém não encontrou paz em Roma. Foi continuamente perseguido por um grupo de conspiradores.
Após um breve pontificado que durou apenas oito meses, S.S. Bento XI morreu repentinamente, em Perugia, em 07 de Julho de 1304. Como relatos originais, a suspeita recaiu sobre Nogaret com a suspeita de que a sua morte súbita foi causada por envenenamento. Entretanto, não há evidências directas para apoiar ou refutar a alegação de que Nogaret o envenenou. O seu sucessor, S.S. Clemente V, estava em França quando foi eleito e nunca viajou para Roma. Os seus sucessores residiram principalmente em Avignon, inaugurando o período às vezes conhecido como o Cativeiro Babilónico. Ele e os Bispo de Roma franceses que o sucederam estavam completamente sob a influência dos reis da França.
S.S. Bento XI ganhou uma reputação de santidade e os fiéis vieram para venerá-lo. O seu túmulo ganhou reputação pela quantidade de milagres que surgiram no local. S.S. Clemente XII aprovou o seu culto em 24 de Abril de 1736, que actuou como sua beatificação formal. S.S. Bento XIV estendeu a sua veneração à República de Veneza em 1748, após um pedido dos venezianos.
Foi canonizado e elevado às honras dos Altares em toda a nossa Jurisdição Canónica, pelo Decreto Primacial A062/GP, de 06 de Agosto de 2005.

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